A informação que se segue é dirigida aos nossos visitantes, uma vez que os meus alunos e respetivos encarregados de educação (EE) estão familiarizados com o "Hospital".
Trata-se de uma estratégia pedagógica que tem vindo a ser implementada há mais de vinte anos, com sucesso, na disciplina de Matemática, sendo por vezes estendida à disciplina de Ciências Naturais, a pedido dos próprios alunos. Ao longo destes anos, o método tem vindo a ser aprimorado, sendo de destacar, neste ano, a introdução dos óculos como troféu e, a publicitação do quadro do hospital.
Em traços gerais, a estratégia é implementada após o 1º teste do 1º período. Perante alguns resultados pouco satisfatórios, é referida a necessidade de alguns alunos necessitarem de tratamento hospitalar, para melhorarem os resultados, porque tendo capacidades de aprendizagem, só podem estar doentes...
É feita a proposta de se criar um hospital na sala de aula, para não se perder a presença dos doentes, e imposta a condição de que, nesse hospital, médico e enfermeiro só há um, este que escreve e mais nenhum.
Através do diálogo com os alunos são identificados os grupos que se podem encontrar num hospital. Os alunos são integrados, nos grupos identificados, em função dos resultados obtidos em cada um dos testes: CUIDADOS INTENSIVOS (0 - 29,5%); DOENTES (30 - 49,5%); DOENTES COM FEBRE (50 - 59,5%); VISITAS (60 - 69,5%); ASPIRANTES a ajudantes (anteriormente, Visitas Especiais) (70 - 89,5%) e AJUDANTES (90 - 100%).
A disposição dos grupos, na sala, é efetuada em função da necessidade de tratamento. Assim, os alunos dos Cuidados Intensivos ficam localizados na 1ª fila, junto à secretária do professor, ficando nas últimas filas, os alunos que obtêm os melhores resultados.
A "dança das cadeiras" ocorre na entrega dos testes, altura em que é feita uma análise aos resultados obtidos, sendo relacionados os alertas (para o caso de pendor negativo) e os elogios (no caso de mudanças de comportamento e empenho) efetuados pelo professor, no período entre os testes, com os resultados alcançados. Por vezes, quando demasiado flagrante, a mudança de "categoria" ocorre no período entre os testes.
Esta metodologia, alicerçada na personalidade do autor, permite criar um clima psicológico propiciador da implementação de outras estratégias (que por serem estranhas, fora do comum, arriscadas, implicam aviso prévio aos EE, numa primeira fase através dos DT e uma reunião, no início do ano, entre o professor e os EE, onde são elucidadas as estratégias e as razões de ser).
Destaco como um dos efeitos mais relevantes, a tomada de consciência, por parte dos alunos, da relação direta e inequívoca, entre o seu esforço e os resultados que vão surgindo, assumindo, desde cedo, a responsabilidade pelo seu trajeto escolar. E aqui, o papel da família é crucial (a reunião com os EE também visa este destaque).
Este clima psicológico permite que os trabalhos extra-aula sejam assumidos como DPAs (Desafios Para Alunos) em contraponto aos TPC (e a questão não é meramente semântica).
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